sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Caixa de Pandora

Grécia, início dos tempos.


Preciso contar essa história!

Epimeteu chorou muito depois que soube do fim de seu irmão - pois ele era seu único amigo - e pediu clemência a Zeus, mas ele estava furioso e nem deu ouvidos a ele. Zeus disse que quem rouba algo dos deuses merece punição e que era para ele esquecer seu irmão porque o destino dele já estava traçado.

Zeus teve pena de Epimeteu e decidiu criar alguém com quem ele pudesse dividir as suas dores e alegrias, então ele criou uma mulher para ser sua companheira e todos os deuses a presentearam com um dom. Ela recebeu coragem, sabedoria, majestade, graça, inteligência, beleza e canto, ou seja, ela era perfeita - não mais que eu, é claro.

Os deuses a chamaram de Pandora, que significava “todos os dons”. Zeus a apresentou para Epimeteu, que logo se apaixonou. Passado algum tempo eles se casaram e Epimeteu mostrou sua casa para Pandora, e disse a ela que tudo o que estava ali pertencia a ela também. No entanto, Pandora notou que o marido não lhe mostrava uma certa caixa, e perguntou o que havia ali dentro. Epimeteu disse que não interessava a ela e pediu para que ela prometesse que nunca a abriria. Pandora ficou intrigada em saber o que havia ali, mas cumpre sua promessa (vamos ver até quando).

Certo dia, Pandora limpava sua casa quando ouviu uma voz que a chamava, pedindo-lhe para sair, Pandora olhou à sua volta, mas não encontrou ninguém. Ela ouviu de novo. Chamavam o seu nome, então ela percebeu que a voz saia da caixa misteriosa, e resolveu perguntar quem era. A voz dizia que era uma pobre criatura que precisava de ajuda, pois tinha sido presa com seus irmãos nesta caixa e estavam muito fracos e precisavam beber e comer. Pandora pensou muito na promessa que tinha feito a Epimeteu, mas os deuses havia lhe dado o dom da bondade, e assim ela não poderia negar ajuda àquela pobre criatura, então decidiu que iria abrir só um pouquinho.

  • Pandora se ajoelhou diante da caixa e ergueu um pouco a tampa, só que antes dela tentar olhar, a tampa se escancarou, deixando sair um monte de criaturas que voaram em cima de Pandora dando-lhe mordidas e ferroadas, até fazê-la sangrar. Todas fugiram.

Quando Epimeteu chegou em casa, encontrou a mulher caída no chão e a caixa aberta, e imediatamente entendeu o que havia acontecido. Pandora pediu-lhe desculpas e explicou porque havia aberto. Epimeteu disse que não precisava se culpar, pois a culpa foi dele de não ter explicado o que havia dentro da caixa, e disse que quando distribuía as dádivas entre os animais, deixou de lado as coisas ruins. Sem saber onde guardar, resolveu guardá-las nesta caixa.

Pandora ainda ouvia uma voz que a chamava e dizia para não se esquecer dela. Pandora e Epimeteu aproximaram-se da caixa e viram, no fundo dela, uma criatura brilhante, de asas douradas, que os olhava com um sorriso. A criatura disse a eles que o seu nome era Esperança, e que eles não deveriam se lamentar. Uma vez que vivesse em seus corações, ficaria com eles para sempre, e enquanto a tiverem não precisarão temer misérias, nem desgraças, pois serão capazes de superar tristezas e desespero.

  • Então Epimeteu e Pandora colocaram a Esperança nos seus corações, onde ela se instalou para sempre - e a tolinha aprendeu a ser mais esperta.
Beijinhos, meus mortais.