sexta-feira, 30 de abril de 2010

Teseu e o Minotauro

Creta e Atenas, antiguidade clássica.

Um fato enovelado

Vocês se lembram de Minos, o rei chato e aprisionador de Creta? Então, como eu havia adivinhado (adivinhado nada, meu amigo que é seu conselheiro me informou), o rei Minos ficou furioso com a fuga de Dédalo e Ícaro – que quis ser passarinho – e decidiu que o povo de Atenas deveria pagar pela ousadia dos dois.

Como alguns de vocês devem estar se perguntando, o pagamento era anual: sete homens e sete mulheres de Atenas deveriam ir ao labirinto que Dédalo construiu para servirem de alimento para o Minotauro que lá vivia.

  • Às vezes, eu descia do Olimpo para observar a vida em Atenas. Era, no mínimo, trágico ver aqueles jovens num barco com velas pretas sem nenhum exército para defendê-los. Era angustiante...

Um dia ouvi uma conversa entre o rei Egeu e seu filho Teseu. Ele disse ao seu pai que no ano seguinte seria um dos 14 jovens que iriam de encontro ao Minotauro e que para provar que matara a fera, ele voltaria com um barco de velas brancas.

Um ano depois, Teseu embarcou no barco com velas pretas.

Sorrateiramente, consegui me infiltrar dentro de Creta para observar a recepção dos Atenienses. O rei Minos perguntou se algum deles gostaria de pedir clemência. Teseu, destemidamente retrucou dizendo que ele e os outros prefeririam morrer de pé a ajoelharem-se aos pés do Rei.
















  • Percebi então que eu não era a única intrusa que ouvia o diálogo. A filha de Minos, Ariadne, sentiu-se encorajada pelas palavras de Teseu e resolveu enfrentar o pai para salvar a vida do rapaz.

Naquela noite, Ariadne percorreu o castelo até a torre dos prisioneiros e deu um pacote a Teseu. Nele estavam contidos uma espada e um novelo de linha. Teseu deveria amarrar uma ponta do novelo na entrada do labirinto e seguir adiante (para nunca se perder) e a espada quebraria o feitiço que envolve o Minotauro e então, matá-lo-ia.

No outro dia, os jovens atenienses adentraram o labirinto. Seguindo o plano de Ariadne, Teseu matou o Minotauro e saiu do labirinto com a cabeça do monstro para colocá-la no templo da deusa Atena (Tetê, como eu a chamo), como agradecimento à sua proteção.

Depois do ocorrido, ouvi Ariadne pedindo para que Teseu levasse-a para Atenas, pois uma vez que Minos descobrisse a traição da filha, esta estaria em maus lençóis. Teseu partiu então com Ariadne para Atenas. Quando chegaram na ilha de Naxos, Teseu e Ariadne foram caminhar pela praia, enquanto o resto dos Atenienses descansava.

Ariadne comentou com Teseu que estava feliz com a chegada deles em Atenas para os preparativos do casamento deles. Teseu ficou surpreso, pois não pretendia casar-se com Ariadne, por ela ter perdido o dote do pai.

Ariadne adormeceu na praia e Teseu correu para o barco e ordenou para que saíssem de lá, deixando Ariadne na praia.

  • Corri para o Olimpo e contei tudo para minha amiga deusa Tetê (Atenas para vocês mortais), que lançou um feitiço em Teseu: ele esqueceria algo que o faria chorar o tanto que Ariadne chorou por ele.

Quando o navio chegou em Atenas, Teseu viu seu pai se jogando do monte, pois ele havia visto velas pretas no barco. Teseu havia se esquecido de colocar velas brancas no lugar das pretas, como o combinado.

Para compensar a tristeza de Ariadne, combinamos eu e Atenas de dar a ela um marido muito melhor que Teseu e suas riquezas: nosso amigo, o deus Dioniso, casou-se com ela.

  • E a nossa lição de hoje, leitores? Mate quantas cabeças puder, mas se quiser casar com um bom deus, só é necessário bondade, coragem e alguém como eu, que saiba de sua história.
Beijos Mitológicos.